O que você acha que é isso?
Bem...no estudo do Comportamento Animal temos esse termo como uma escolha que o animal (ou você) vai fazer para se beneficiar, mas por outro lado vai haver uma perda.
Como a foto abaixo nos mostra:
Temos a opção de comer uma rosquinha (nada saudável) ou uma maçã (saudável)...é bom saber que na vida 'nada é de graça', pois em tudo há um RISCOxRETORNO. Se queremos algo saudável, teremos que abrir mão da rosquinha. E se queremos alguma coisa bem doce (rosquinha), teremos que abrir mão de beneficiar nossa saúde.
Ao fazer a prova de Comportamento Animal, li sobre dois exemplos muito interessantes de Trade-off comportamental em duas espécies de morcegos (Rhynchonycteris naso e Noctilio albiventris).
Exemplo
1: em um artigo sobre observação dos hábitos de duas espécies de morcego, foi visto que uma ponte mais alta favorece os ensaios de voo
dos filhotes, mas aumenta o risco de uma possível queda na água. Devido a esse
comportamento, foi visto um filhote de N.
albiventris, com o corpo ainda desprovido de pelos e antebraço medindo 27,40
mm, agonizando na margem do riacho sob a ponte, completamente
envolvido por formigas “lava-pés” (Solenopsis
sp.). Esse exemplo nos mostra que apesar de haver um custo de vida para os
filhotes (queda na água), esse risco é compensado pelas vantagens apresentadas
por este abrigo, que neste caso é o melhor ensaio para voos (característica
essencial para sobrevivência dos morcegos).

Exemplo
2: também foi exposto outro trade-off,
onde ao se levar em conta o tamanho da ponte utilizada como abrigo e a
quantidade de frestas disponíveis em outras partes dessa ponte, o autor
questionou o porquê de um número tão elevado (cerca de 200) de morcegos
provenientes de distintas colônias se agruparem todos no mesmo local, ampliando
ainda mais os potenciais custos relativos à predação. Como uma possível
resposta para isso, o autor sugeriu a termorregulação, pois o fato de estarem
agrupados diminuiria consideravelmente seus gastos energéticos, reduzindo as
taxas de perda de calor. Outros autores, citados no artigo, inferiram ainda que
tal hábito reduz o risco de predação, pois o tempo que seria gasto para
alcançar a temperatura basal mínima de voo é consideravelmente menor em
agrupamentos que em morcegos solitários. Sendo assim, apesar da quantidade
elevada de morcegos de diferentes colônias aumentarem o risco de predação
(torna o grupo mais visível ao predador), isso seria compensado pela manutenção
da temperatura ideal para alçar voo, o que poderia até compensar esse risco
iminente de predação. Ou seja, apesar de estarem mais visíveis a um possível
predador, eles conseguiriam sair voando mais rapidamente devido à manutenção da
temperatura ideal.
Vamos começar a observar nossos próprios 'trade-off'!
Fonte: NOGUEIRA, M. R. & POL, A. 1998. Observações sobre os hábitos de
Rhynchonycteris naso (Wied-Neuwied, 1820) e Noctilio albiventris Desmarest, 1818 (Mammallia, Chiroptera). Rev. Brasil. Biol., 58(3): 473-480